Fones de ouvido são tão potencialmente perigosos quanto ruído de motores a jato

O volume muito alto dos fones de ouvido danificam o revestimento das células nervosas, podendo causar zumbido e surdez, afirmam os pesquisadores da Universidade de Leicester

 

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Fones de Ouvido, Ipods, e outros aparelhos de reprodução sonora pessoais podem chegar a níveis de ruído semelhantes aos dos motores a jato, causando diversos problemas auditivos como zumbido e surdez, afirmam pesquisadores da Universidade de Leicester na Inglaterra.

O estudo, que foi publicado na revista Proceedings of the National Academy of Sciences (2012) e coordenado pelo Dr. Martine Hamann do Departamento de Fisiologia e Farmacologia Celular da Universidade de Leicester, mostra que estes ruídos altos afetam uma parte do cérebro chamado de núcleo coclear dorsal, danificando o revestimento das células nervosas, podendo causar zumbido, surdez temporária e outros problemas auditivos.

Ruídos mais altos do que 110 decibéis são conhecidos por causar problemas de audição como zumbido (tinnitus) e surdez temporária, mas é a primeira vez, segundo os pesquisadores, que um dano celular subjacente tem sido avaliado.

"A pesquisa nos permite compreender o percurso da exposição a ruídos muito altos e a perda de audição. Dissecando os mecanismos celulares subjacentes a esta condição é possível beneficiar grande parte da população. Pois, o trabalho ajudará a encontrar métodos preventivos bem como a progressão do problema auxiliará a buscar curas adequadas para problemas auditivos", diz Dr. Hamann.

Células nervosas que transportam sinais elétricos das orelhas para o cérebro tem um revestimento chamado a bainha de mielina, que ajuda os sinais elétricos a viajar ao longo da célula. A exposição a ruídos altos - ou seja mais de 110 decibéis - pode retirar o revestimento desta células, interrompendo os sinais elétricos. Isto significa que estas células não podem mais eficientemente transmitir a informação que se escuta para o cérebro. No entanto, o revestimento destas células nervosas pode se regenerar, fazendo com que as células possam voltar a funcionar normalmente, afirmam os pesquisadores.

"Nós agora entendemos o porquê que a perda auditiva pode ser reversível em alguns casos. Nós vimos que a bainha ao redor do nervo auditivo está perdida em cerca da metade das células que nós observamos. É como descascar um cabo elétrico ligando um amplificador ao alto falante. Após três meses, essa bainha em torno do nervo auditivo se regenerou e por isso, o efeito recuperou a audição mostrando-se reversível" explicou o Dr. Hamann.

As conclusões são parte de uma investigação em curso sobre os efeitos de ruídos altos em uma parte do cérebro chamado núcleo coclear dorsal.

ReferênciaN. Pilati, MJ Ison, M. Barker, M. Mulheran, CH Large, ID Forsythe, J. Matthias, M. Hamann.Mechanisms contributing to central excitability changes during hearing loss . Proceedings of the National Academy of Sciences , 2012; 109 (21): 8292 DOI:10.1073/pnas.1116981109

 

Fonte: Universidade de Leicester via AlphaGalileo

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